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23 de junho de 2016
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20:46

Fortunati diz que negociações com municipários estão zeradas com a continuidade da greve

Por
Sul 21
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Ao lado do vice-prefeito, Sebastião Melo, Fortunati criticou o fato de uma minoria decidir pela continuidade da greve e ainda radicalizar nas ações| Ivo Gonçalves/PMPA
Ao lado do vice-prefeito, Sebastião Melo, prefeito José Fortunati criticou o fato de ‘uma minoria’ decidir pela continuidade da greve e ainda ‘radicalizar nas ações’| Ivo Gonçalves/PMPA

Jaqueline Silveira

Depois de os municipários decidirem em assembleia, no final da manhã desta quinta-feira (23), pela continuidade da greve, o prefeito da Capital, José Fortunati (PDT), manifestou-se em entrevista coletiva, à tarde, sobre a decisão dos servidores. “A partir de agora, zeramos as negociações”, afirmou o chefe do Executivo, sobre as três propostas apresentadas à categoria.

O acordo proposto pela Prefeitura, além da reposição da inflação de 9,28% parcelado, incluía o aumento do vale-refeição, promoções e compensação dos dias parados, conforme Fortunati, não será levado adiante, já que a categoria rejeitou todas as ofertas. Ele afirmou que foram 14 encontros para discutir o reajuste salarial e três propostas apresentadas. “Nós negociamos o que era possível, apresentamos uma proposta que ultrapassava os riscos do orçamento. Faremos o possível para garantir os serviços. Sem acordo, vamos retirar as promoções e vamos cortar o ponto”, avisou o prefeito, que estava acompanhado do seu vice, Sebastião Melo (PMDB). A folha de pagamento, segundo ele, já rodou com o desconto dos dias paralisados – a categoria está em greve desde o dia 14 de junho.

As três novas propostas rejeitadas

Cenário 1

1% retroativo a maio de 2016

8,2% em dezembro de 2016

Cenário 2

1% retroativo a maio de 2016

2% em outubro de 2016

4% em dezembro de 2016

2% em janeiro de 2017

Cenário 2

1, 2% retroativo a maio de 2016

2% em outubro de 2016

4,2% em dezembro de 2016

1,6% em janeiro de 2017

Fortunati enfatizou que o governo não tem condições de oferecer uma melhor proposta, uma vez que a receita do município vem sofrendo uma queda em relação, por exemplo, à arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), repasses federais e estaduais. Nos últimos 12 meses, informou o chefe do Executivo, o município registrou uma queda de R$ 108 milhões na arrecadação. “Isso é dinheiro que falta para pagar a conta. Nós estamos ficando com pouco dinheiro”, acrescentou ele. As dificuldades financeiras da Prefeitura se refletem, entre outros setores, em postos de saúde com falta de medicamento.

Para pressionar o governo a melhorar a proposta, os municipários chegaram a ocupar a Câmara de Vereadores, na última terça-feira (21), deixando o local na quarta (22), depois que a Prefeitura apresentou a última proposta. Anteriormente, os servidores haviam impedido o funcionamento da Secretaria da Fazenda e barraram a entrada dos caminhões de coleta de lixo na estação de transbordo de lixo do bairro Lomba do Pinheiro.

Como precaução para evitar novas ocupações de prédios públicos, Fortunati vai ingressar com medida judicial, garantindo que os serviços públicos não sejam interrompidos. O prefeito fez, ainda, uma crítica ao número de servidores que participaram na assembleia e decidiram pela continuidade da paralisação. O município tem 22 mil funcionários e, segundo Fortunati, só 500 participaram. “Isso mostra que a adesão à greve é muita pequena, radicalizada por uma minoria”, afirmou o prefeito.

Em assembleia no final da manhã desta quarta, municipários decidiram continuar em greve|Foto: Joana Berwanger/Sul21
Em assembleia no final da manhã desta quarta, municipários decidiram continuar em greve|Foto: Joana Berwanger/Sul21

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