Luís Eduardo Gomes
Motoristas das lotações da linha Glória realizaram um ato nesta quarta-feira (2) para protestar contra a insegurança que enfrentam. Na noite de terça-feira (1), um veículo foi incendiado na Av. Oscar Pereira, próximo ao Hospital Divina Providência.
O protesto dos motoristas começou por volta das 11h, no final da linha de lotação, no bairro Glória. Dali os motoristas partiram em fila, em baixa velocidade e fazendo um buzinaço, até o Palácio Piratini.
Eles chegaram ao Palácio por volta das 13h e estacionaram em frente à Assembleia Legislativa. Os representantes da lotação Glória formaram uma comitiva e foram recebidos no Piratini pelo chefe de gabinete do governador Sartori, João Carlos Mocellin, e pelo chefe da Casa Militar, tenente-coronel Everton Oltramari.
Durante o ato desta quarta, da qual participaram 10 veículos da linha, os manifestantes também levaram para a frente do Piratini, conduzida por um guincho, uma lotação da linha Menino Deus incendiada em um ataque no início de dezembro. Segundo eles, o objetivo foi fazer um ato simbólico – a lotação atacada ontem está passando por perícia.
“Estamos aqui para mostrar o nível de insegurança que enfrentamos. Não tem policiamento na rua, o governador não contrata ninguém. Eu vi o prefeito falar de terra sem lei para outras situações, mas está terra sem lei para nós”, disse Renato Soares, um dos motoristas que participou do protesto.
“A gente está pedindo que o governador olhe um pouco pela gente, que sai de manhã cedo para trabalhar e colocar os veículos à disposição da população, mas que também quer retornar para casa seguros”, completou Andrei Fraga, delegado da linha 20.6 Glória.
Segundo eles, apesar de o ataque de ontem ter sido mais grave do que o habitual, as lotações são alvo constante de assaltos. “Porque lida com dinheiro vivo, eles pegam a lotação para fazer de ‘caixa rápido’. Tem lotação (da linha Glória) que já foi assaltada três vezes em um dia”, afirma Soares.
Além da lotação da linha Glória, cinco ônibus foram queimados na série de ataques realizados na zona Sul de Porto Alegre na noite de ontem. De acordo com a Brigada Militar, a ação foi uma represália à morte de um homem no Morro da Embratel durante a tarde.
Segundo o motorista Soares, seis homens encapuzados pararam a lotação, que estava com passageiros, e atacaram o motorista. José Alexandre da Silva foi atingido por uma pedrada e foi encaminhado para o Hospital de Pronto Socorro (HPS). Segundo Fraga, ele ficou ferido com o corte na cabeça, mas passa bem e recebeu alta ainda durante de madrugada.
A linha Glória não operou nesta quarta-feira.
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