Luís Eduardo Gomes
Dezenas de pessoas participaram na manhã deste sábado de uma caminhada para chamar a atenção da necessidade de ser preservar o morro Santa Teresa, localizado na zona Sul de Porto Alegre. Em um marcha por mais de 2 km, os participantes passaram por algumas das áreas mais bonitas da cidade, que, segundo os organizadores, muitas vezes acabam esquecidas em meio a notícias sobre a violência na região.
Segundo Vinícius Galeazzi, representante do Movimento em Defesa do Morro Santa Teresa, a caminhada tem o objetivo de fazer com que as pessoas conheçam a realidade social do morro, a paisagem – que oferece uma vista única da cidade – e os resquícios do Bioma Pampa existentes no morro.
O movimento tem três pautas principais: a regularização fundiária de urbanização das quatro vilas existentes no morro, a preservação ambiental da região e a manutenção da Fase no local com a humanização do processo sócio-educativo. Um dos principais pleitos do movimento é que as áreas de vegetação remanescentes do morro sejam transformadas em um parque de preservação ambiental, o que estava previsto no decreto 49.256, assinado pelo ex-governador Tarso Genro, e que também previa a criação de um grupo de trabalho para elaborar projetos de regularização fundiária e preservação ambiental.
Segundo Galeazzi, o Movimento em Defesa do Morro Santa Teresa surgiu em 2010, para organizar a luta contra o projeto do então governo do Estado, na gestão de Yeda Crusius, de vender parte da área do morro. A primeira caminhada no morro Santa Tereza, a desse sábado foi a 12ª, foi realizada em 2011.
De acordo com a organização do ato, 55 pessoas participaram da caminhada neste sábado, que se iniciou por volta das 10h, no Belvedere Ruy Ramos, e passou Vila União, a área do Campo Grande, Vila Ecológica, Vila Gaúcha e termino na Av. Padre Cacique, junto à Fase. Durante o trecho da caminhada, um biólogo fez uma explanação sobre os resquícios do Bioma Pampa presentes no morro e a importância de preservar esta vegetação que só existe no interior do Estado. “É uma riqueza ambiental muito grande dentro do coração de Porto Alegre”, disse Galeazzi.
Para chamar atenção para as causas, Galeazzi diz que o movimento sempre convida autoridades para participar da caminhada. Esta edição teve a participação do secretário de Obras, Saneamento e Habitação, Gerson Burmann, e do secretário Municipal de Direitos Humanos, Luciano Marcantônio. “O atual secretário de Obras está colocando para funcionar o grupo de trabalho criado pelo Tarso”, diz Galeazzi.