Política
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16 de setembro de 2014
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21:47

Luciana Genro volta a defender o imposto sobre grandes fortunas

Por
Sul 21
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Luciana Genro volta a defender o imposto sobre grandes fortunas
Luciana Genro volta a defender o imposto sobre grandes fortunas

Da Redação*

Em entrevista ao programa Conexão, da TV Ulbra, a candidata do PSOL defendeu, nesta segunda-feira (15), da ruptura com o modelo econômico que favorece os poucos milionários e não a maioria da população. “A fonte de crise é essa política econômica, que faz com que o esforço produtivo do país seja drenado para o interesse de poucos”, afirmou Luciana Genro. “A mudança na política econômica não precisa de uma mudança legal, precisa de uma mudança de governo”, concluiu.

A candidata voltou a propor a criação do imposto sobre as grandes fortunas, com a tributação de 5% sobre a riqueza das famílias com patrimônio acima de R$ 50 milhões. Ela reconheceu que sua proposta sofre resistências e reafirmou que o projeto é viável, já tendo sido implementado em outros países. Luciana conta com a mobilização popular para a aprovação de suas propostas. “Eu fui deputada por oito anos. Vi como muda a correlação de forças no Congresso quando temos mobilização e pressão social”, disse.

Luciana falou também sobre os direitos LGBTs. Disse que ainda há muita discriminação no Brasil contra homossexuais, travestis, transexuais e lésbicas, e por isso são necessárias políticas que garantam a dignidade às vítimas de preconceito. “Garantir o casamento civil igualitário é, também, uma forma simbólica de se lutar contra a homofobia. Há pressões, mas elas são resultados dos avanços. As marchas LGBTs têm se proliferado pelo Brasil, atraindo milhões de pessoas”, afirmou.

Outro tema abordado pela presidenciável foram as políticas para as mulheres. Luciana criticou as candidatas petista e socialista, dizendo que “tem um conjunto de políticas públicas de interesse das mulheres que nem Dilma, nem Marina defendem. Dilma prometeu que iria construir 70 mil creches no país e não cumpriu nem 10% disso. É uma hipocrisia dizer que as mulheres precisam trabalhar e ingressar na política e, ao mesmo tempo, não oferecer creches”.

A candidata propôs também a descriminalização do aborto, para evitar milhares de mortes de mulheres. “O aborto é, infelizmente, uma realidade trágica. É a quarta causa de morte materna no Brasil. Mesmo as mulheres que podem pagar não estão a salvo quando fazem um aborto clandestino”, afirmou.

Luciana propôs o fim do fator previdenciário, lembrando que ele foi criado por FHC com o voto contrário do PT. “Depois, o PT chegou ao poder e manteve o fator”, criticou. “Nós vamos acabar com o fator previdenciário. Sabemos que há recursos para isso, sim”, prometeu.

Na entrevista, a candidata ainda falou sobre outros assuntos. Propôs mudança no sistema de financiamento dos projetos culturais, criticou a falta de liberdade de imprensa no país – “No Brasil, temos liberdade para os donos da imprensa, não para a imprensa. Queremos uma mídia democrática” – e defendeu a universalização do acesso à universidade pública e o fechamento das torneiras de recursos públicos para instituições privadas. “Tivemos maior acesso à universidade, mas os avanços foram limitados pela escassez de recursos. Se abriu mais vagas nas universidades, mas não se criou uma infraestrutura para isso”, afirmou. “Não adianta apenas abrir mais vagas nas universidades e não dar condições para que o estudante termine o curso.”

*Com informações da assessoria da candidata


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