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8 de maio de 2015
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18:01

Cpers faz ‘sinetaço’ e diz que não foi comunicado sobre mesa de negociação

Por
Sul 21
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Da Redação

Nesta sexta-feira (8) encerrou o prazo dado pelo Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul (Cpers), para que o governo do Estado estabeleça uma mesa de negociação com a categoria. Desde que assumiu, o governador José Ivo Sartori (PMDB) deve um retorno sobre a pauta aprovada em assembléia geral e entregue pela direção do Cpers. Na véspera de findar o prazo dado pelo sindicato, uma nota foi enviada à imprensa sobre a intenção do governo em estabelecer o diálogo com os professores.

Passeata do Cpers no dia 24 de abril | Foto: Guilherme Santos/Sul21
Passeata do Cpers no dia 24 de abril | Foto: Guilherme Santos/Sul21

A nota foi enviada no final do dia, porém, o Cpers diz que não foi oficialmente comunicado do gesto do governo. “Ainda aguardamos uma posição oficial. Não temos nenhuma confirmação de que será estabelecida a mesa de negociação”, disse o 2º vice-presidente do Cpers, Luiz Veronezi.

Em viagem ao Chile, a presidente Helenir Schurer também não foi contatada por telefone, informa a assessoria de imprensa do Cpers. “Por isso mantivemos a mobilização marcada para esta sexta-feira”, explica Veronezi.

Desde o começo da manhã, escolas de Porto Alegre interior do estado realizam um “sinetaço” para fazer barulho sobre o descaso no retorno do governo sobre as pautas do magistério gaúcho. Apesar de o sindicato ter sugerido os horários de 11h, 16h30 e 21h, as escolas são livres para aderir em maior ou menor grau à mobilização, podendo também tocar as sinetas em horários alternativos.

“O governo quer aplauso?”

Em Porto Alegre, entre as principais instituições envolvidas estão as Escolas Estaduais Júlio de Castilhos, Três de Outubro, Ernesto Dorneles, Vicente da Fontoura e Presidente Roosevelt.

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Fizemos uma panfletagem na chegada dos pais e na saída do turno da manhã. Estamos apoiando esta mobilizando em nome da categoria. Não temos falta de professor aqui, mas sabemos de outras escolas que ainda têm. O estorno do vale-refeição que nos retira R$ 72 e já pedimos para o governo mudar esta lei que estabelece o impacto de 6% sobre o valor integral do salário e não sobre o valor do vale (R$ 175). Então, são várias coisas que, pelo que acompanhamos na imprensa, o governo não diz nada”, criticou a assistente administrativa na E.E. Presidente Roosevelt, Dulce Dellano.

Há 25 anos funcionária de escola, Dulce conta que a insegurança sobre o pagamento dos salários também está sendo um drama nas escolas. “Escutamos na mídia que há cortes, mas não sabemos nada do que está sendo cortado exatamente. O governo espera que a gente aplauda que ele fez um grande esforço para pagar o nosso salário em dia, que é a sua obrigação?”, indignou-se.

Apenas um item da pauta foi atendido

Em fevereiro, o Cpers encaminhou ao governador sua pauta de reivindicações incluindo a nomeação dos professores e funcionários de escola aprovados no último concurso, a garantia dos pagamentos do Instituto da Previdência (IPE), entrega de anteprojeto negociado com o governo anterior sobre o vale-refeição, pagamento das férias e demais direitos dos professores exonerados ao final do ano passado e o pagamento do Piso Nacional do Magistério no plano de carreira (reajuste de 13,01% mais 34,67% que ficou do governo anterior).

“Até agora só tivemos a nomeação dos 540 professores. Tivemos sete reuniões com o governo. Uma visita do governador ao Cpers e outras audiências com a Casa Civil e o secretário de Educação (Vieira da Cunha). Manteremos a nossa mobilização para além do anúncio do governo na imprensa. Primeiro, porque vamos trabalhar na perspectiva de que ele demonstre que está realmente disposto à negociação. Uma negociação só é efetiva se tiver a categoria mobilizada. Sem mobilização, nada acontece. Precisamos ter uma garantia concreta sobre as demandas”, afirmou o vice-presidente do Cpers.

A Casa Civil do RS informou, por meio de assessoria de imprensa, que “a pauta ainda será conhecida quando acontecer a primeira reunião da mesa de negociação”. Segundo a assessoria, o secretário Márcio Biolchi garantiu a mesa envolvendo os secretários da Fazenda e da Educação, considerando o pedido feito no dia 24 de abril. O secretário da Educação, Vieira da Cunha, cumpre agenda no interior do estado e não foi localizado até o fechamento desta matéria.

A data da primeira reunião entre Cpers e governo será definida, segundo a nota enviada à imprensa, nos próximos dias. “Assim que compatibilizadas as agendas dos secretários e direção do Cpers”, diz o texto.


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