Jaqueline Silveira
A área de rodeios do Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, o Parque da Harmonia, na Capital, está transformada. O ritmo no local é frenético e o barulho, incessante. Desde domingo (31), o local, que em datas especiais abriga barracas e laçadores, além dos animais, deu lugar a um depósito de entulhos, resultados do temporal que atingiu Porto Alegre na noite da última sexta-feira (29). Foram centenas de árvores tombadas em diferentes cantos da Capital, bem como parte de telhas e de forro espalhada pelas ruas.
A cada minuto, um caminhão entra no Harmonia carregado de troncos, tocos e, principalmente, galhos de árvores. Rapidamente, os resíduos são descarregados, já que os outros veículos estão na fila para também depositar os entulhos. Duas retroescavadeiras ajudam a retirar os galhos que trancam na carroceria dos caminhões. Ao mesmo tempo, as duas máquinas vão amontoando os entulhos que vêm de todas as partes de Porto Alegre. Em alguns momentos, entram quatro veículos, um atrás do outro. Funcionários do Departamento Municipal de Limpeza (DMLU) controlam a entrada e o descarregamento, guiando os motoristas até o local onde devem depositar todo resíduo retirado das ruas, principalmente quando os veículos entram na sequência. “Já são 600 caminhões”, contou Cléber de Oliveira Ferreira, funcionário do DMLU, que controla a entrada dos veículos no Parque da Harmonia, sobre o número de cargas de entulho já depositado no local.
Desde sábado, conforme o DMLU, foram recolhidas das vias públicas 2.325 toneladas de galhos e árvores. Só na quarta-feira (4), quando a prefeitura reforçou a equipe de limpeza, foram removidas 720 toneladas. O trabalho de limpeza nas ruas é feito por 300 garis, além de outros 125 trabalhadores, e 80 caminhões. Na última segunda-feira (1º), o prefeito em exercício, Sebastião Melo, decretou situação de emergência na Capital, medida que permitiu ao Executivo contratar mais caminhões e trabalhadores para reforçar a força-tarefa, que será mantida com o fim de agilizar a varrição. A equipe conta, ainda, com o auxílio de 80 presos do regime semiaberto.
Pela primeira vez, o Harmonia, localizado na região central da Capital, recebe os resíduos. O local foi escolhido para agilizar a limpeza da cidade, uma vez que o aterro do DMLU no Bairro Lomba do Pinheiro, Zona Leste, é afastado e demoraria para os caminhões se deslocarem até lá e fazer o descarregamento. “O negócio é vir para cá e tem muita coisa pela cidade”, comentou o gari do DMLU José Antonio Leonetti.
Os entulhos que são, por exemplo, telhas e pedaços de forros são separados e colocados em outra pilha. Já os galhos e os tocos de árvores, uma parte até foi separada, mas a tarefa não teve continuidade em função da velocidade com que chegam novos resíduos. “Não tem como separar, levaria dois meses”, disse Ferreira, enquanto registrava as entradas e saídas dos veículos. Os funcionários do DMLU se revezam no trabalho de controle dos resíduos no parque: dois funcionários ficam das 7h30min às 17h30min, e depois desse horário, outros entram e permanecem no local até por volta das 22h.
Futuramente, todos os destroços depositados no Harmonia serão levados para o aterro do DMLU na Lomba do Pinheiro. Por enquanto, foram feitas, segundo Ferreira, 26 viagens para o aterro da Zona Leste. O prefeito em exercício adiantou que parte das árvores deverá ser doada a hospitais que possuem caldeira à lenha.
Remoção dos entulhos em números
Quarta-feira (3) – 720 toneladas
Terça-feira (2) – 405 toneladas
Segunda-feira (1º de fevereiro) – 460 toneladas
Domingo (31) – 380 toneladas
Sábado (30 de janeiro) – 360 toneladas
Confira mais fotos do depósito de árvores no Parque da Harmonia: