Da Redação
O ex-prefeito José Fortunati (PDT) utilizou o seu perfil no Twitter para rebater, nesta quinta-feira (1), o relatório divulgado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS) sobre a educação municipal, que classifica a rede de ensino de Porto Alegre como “ineficiente e ineficaz”. Segundo ele, o estudo utiliza “dados falsos e questionáveis” e desconhece a realidade do trabalho nas periferias da cidade. O estudo reúne dados disponíveis até 2015, portanto, até a gestão passada.
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“Todos desejamos educação pública de qualidade. O 1º passo é reconhecer as fraquezas. Mas isto não vai acontecer com dados falsos”, escreveu Fortunati na primeira de uma série de nove postagens.
Um dos dados questionados por Fortunati é o de que 11% estão fora de sala de aula. Segundo ele, para quem olha de fora, é um “percentual absurdo e preocupante”, mas que, na vida real da escola, é resultado do grande número de professores que ficam doentes e precisam passar por readaptação profissional. “Esta ‘readaptação’ não é decidida pela SMED mas por uma junta médica que busca preservar a saúde física e mental do profissional. Desta forma, o professor passa a cumprir com outras funções como as ‘atividades administrativas’. O fato do professor ter se ‘readaptado profissionalmente’ por decisão médica é considerado ‘política ineficiente e ineficaz’ pelo TCE”, escreveu o ex-prefeito.
Ele ainda ponderou que seria importante que os técnicos do TCE convivessem com as escolas municipais das periferias para que pudessem apontar os problemas. “Da forma como o relatório foi apresentado, simplesmente deixa de reconhecer o trabalho que a rede Educacional realiza na periferia”, disse.
De acordo com o estudo a “Avaliação da Eficiência e da Eficácia da Rede Municipal de Ensino Fundamental de Porto Alegre”, realizado durante mais de um ano e partindo de dados do Censo Escolar 2015, a qualidade de ensino de Porto Alegre é inferior à da maioria das capitais brasileiras. No entanto, o trabalho do tribunal aponta que a cidade teria os “insumos necessários” para que os resultados estivessem entre os melhores do País, uma vez que tem bons índices de investimento, boa infraestrutura nas escolas e professores qualificados. Responsável pela apresentação do relatório na quarta-feira (31), o auditor Vinícius Leoni Lacerda salientou que a rede municipal apresenta uma “grande disparidade entre os insumos, os indicadores socioeconômicos e a qualidade do ensino”.
Confira a sequência de postagens do ex-prefeito:
Educação1- Todos desejamos educação pública de qualidade. O 1º passo é reconhecer as fraquezas. Mas isto não vai acontecer com dados falsos;
— José Fortunati (@josefortunati) 1 de junho de 2017
Edu2-O TCE apresenta relatório sobre educação de POA extremamente questionável pelos dados frágeis apresentados;
— José Fortunati (@josefortunati) 1 de junho de 2017
Edu3- O relatório aponta que 11% dos professores estão fora da sala de aula. Olhando de fora, um percentual absurdo e preocupante;
— José Fortunati (@josefortunati) 1 de junho de 2017
Edu4- Mas a vida real da escola pública mostra que é grande o no. de professores que ficam doentes e tem que ter “readaptação profissional”;
— José Fortunati (@josefortunati) 1 de junho de 2017
Edu5- Está “readaptação” não é decidida pela SMED mas por uma junta médica que busca preservar a saúde física e mental do profissional;
— José Fortunati (@josefortunati) 1 de junho de 2017
Edu6- Desta forma o professor passa a cumprir com outras funções como as “atividades administrativas”;
— José Fortunati (@josefortunati) 1 de junho de 2017
Edu7- O fato do professor ter se “readaptado profissionalmente” por decisão médica é considerado “política ineficiente e ineficaz” pelo TCE;
— José Fortunati (@josefortunati) 1 de junho de 2017
Edu8- Seria importante que os técnicos do TCE convivessem um pouco com as escolas públicas da periferia p/apontar o q realmente é problema;
— José Fortunati (@josefortunati) 1 de junho de 2017
Edu9- Da forma como o relatório foi apresentado simplesmente deixa de reconhecer o trabalho que a rede Educacional realiza na periferia.
— José Fortunati (@josefortunati) 1 de junho de 2017