O futuro presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o advogado Eduardo Fortunato Bim, tornou-se conhecido por defender o licenciamento ambiental automático para os ruralistas. Para ele, a regulação ambiental um processo precário e artesanal – daí a necessidade de revisão geral.
Segundo afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo, a ideia é que o produtor rural tenha acesso a um sistema eletrônico pelo qual possa emitir sua própria licença. Aliás, essa é a primeira mudança que ele pretende fazer. “Se você vai fazer uma cultura de plantação em uma fazenda, por exemplo, já é obrigado a ter seu cadastro ambiental rural (CAR) regularizado, sua área de supressão e sua reserva legal já delimitadas”, disse ao jornal. “Então, não precisa ter um licenciamento complexo, como se fosse uma hidrelétrica”.
Outro posicionamento de Bim que agrada em cheio o agronegócio é a defesa da exportação de gado vivo. Reportagem da Revista do Brasil publicada em setembro mostra que exportar animais vivos é cruel, além de representar um mau negócio para o país.
Depois de passar dias na estrada, espremidos em caminhões, mal alimentados, desidratados e muitas vezes machucados, são colocados em navios cargueiros inadequados, adaptados precariamente para transportar até 25 mil cabeças por viagem. Vale tudo em nome de custos menores e lucros maiores para alguns pecuaristas que não estão preocupados com as condições em que os animais chegarão ao destino – se é que chegarão vivos.
Para o futuro presidente do Ibama, porém, inexiste o tratamento cruel ou maus-tratos aos animais na exportação de gado vivo via terrestre ou aquaviária. E que, como o confinamento do animal, por si só, não caracteriza maus-tratos, “com tanto mais razão não configuraria o confinamento durante o transporte do gado, que consta com normas internacionais (Organização Mundial de Saúde Animal/World Organisation for Animal Health – OIE) admitindo a prática e impondo os padrões de bem-estar animal”.
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Pelo que tudo indica, não será de se espantar que as vaquejadas e a caça passem a ser práticas esportivas. E com patrocínio institucional do Ibama.