Da Redação
Pela sexta semana consecutiva, Porto Alegre foi palco de manifestações contra o racismo. Entoando frases como ‘vidas negras importam. Sem justiça, sem paz’, centenas de manifestantes participaram, na tarde deste domingo (14), de ato para denunciar o racismo, a violência policial e o genocídio da população negra, principalmente no Brasil.
Portando máscaras, os manifestantes realizaram a concentração da manifestação no Parque da Redenção e, por volta das 16h, seguiram em caminhada até o largo Zumbi dos Palmares. A manifestação deste domingo se somou ao movimento #VidasNegrasImportam, que tem realizado manifestações antirracistas nos Estados Unidos e em diversos outros países.
Durante o trajeto, os manifestantes também pediram justiça para Marielle Franco, vereadora do PSOL assassinada em 14 de março de 2018, e cobraram respostas sobre os mandantes do assassinato. Uma das mais frases marcantes da trajetória da vereadora foi lembrada pelos manifestantes: “Marielle perguntou e eu também vou perguntar: quantos mais tem que morrer para essa guerra acabar?”
No Largo Zumbi dos Palmares, manifestantes utilizaram o microfone para denunciar situações de violência vivenciadas pelas populações negras no Brasil, ressaltar a necessidade da união das populações negras e cobrar o apoio de pessoas brancas na luta antirracista.
Durante as falas, os manifestantes também pediram por ‘Fora Bolsonaro’ e denunciaram a realidade vulnerável das populações negras e periféricas diante da pandemia do novo coronavírus no país, assim como a ausência de medidas de proteção a essas populações por parte do governo de Jair Bolsonaro. “O Estado nos massacra quando, em plena pandemia, a gente não tem água, a gente não tem ônibus para ir trabalhar e temos que usar ônibus superlotados. É dessa forma que o racismo mata, sobretudo no lado sul do mapa [do Brasil]. O racismo velado, que parte do Estado, desses governos que estão aí, fazendo miséria e empilhando corpos, e que ainda querem colocar a contradição de ir para a rua no nosso bolso. Em plena pandemia estamos tendo que vir para a rua, nos aglomerar, para revindicar o básico, é essa dignidade que a gente tá existindo do estado, porque a gente não tem mais tempo para esperar se a é a crise econômica ou a covid-19 que vai nos matar”, denunciou uma das manifestantes.
Confira como foi a manifestação: