Opinião
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8 de novembro de 2022
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06:50

Indignação, a força para ir às urnas! (por Álvaro Klein)

Apoiadores comemoram em Porto Alegre a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva. Foto: Luiza Castro/Sul21
Apoiadores comemoram em Porto Alegre a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva. Foto: Luiza Castro/Sul21

Álvaro Klein (*)

Muita coisa me incomodou nos últimos anos.

A conclusão inconclusiva das investigações do acidente com o Cessna 560XL, prefixo PR-AFA, que caiu em Santos no dia 13/08/2014 – que projetou influência na disputa pela presidência naquele ano. O chilique do adulto infantilizado que perdeu a eleição presidencial. O afastamento injusto da Presidente Dilma. O comportamento indigno e inaceitável do então deputado federal pelo Rio de Janeiro, que afirmou que apenas não estupraria outra Deputada porque ela não merecia. Não saber sobre as causas do acidente aéreo ocorrido em Paraty no dia 20/01/2017 quando o King Air C90, prefixo PR-SOM, caiu acabando com as vidas dos seus passageiros, tripulantes, e com a Lava Jato no STF. As relações oportunistas do presidente ilegítimo com empresários. A tal lei que alterou a Legislação Trabalhista transmutando o sentido dela, que continuou protetiva, porém protegendo o mau empregador. O conluio do juiz de Curitiba com o procurador e um segmento da sociedade para levar a extrema direita ao poder. A liberação do corpo morto para visitar o irmão vivo. O afastamento de amigos e familiares queridos. Os milhões de dólares que o ministro da economia manteve aplicados em paraísos fiscais, provavelmente lucrando com a instabilidade do real. O descaso com a Educação, muito bem demonstrado pelo despreparo dos ministros que ocuparam o Ministério. As interferências na Polícia Federal, sempre em favor do inquilino do palácio do Planalto e sua família. O silêncio aplicado nas investigações sobre os mandantes da morte da Vereadora Mariele. Os crimes ambientais e humanitários de Mariana e Brumadinho, que a pós-verdade classifica como acidentes ambientais. As queimadas. O desmatamento. O desrespeito aos Povos Originários. A violência cotidiana contra mulheres, negras, negros e pobres. A negação da ciência e o aplainamento da terra. O General especialista em política e estratégia aeroespaciais no comando do Ministério da Saúde. O desemprego. A miséria. A fome. A morte do Amarildo, do Moa do Katendê, do Genivaldo, do Bruno, do Dom, e de …, e de outros e outras centenas de milhares de brasileiras e brasileiros. A corrupção travestida de orçamento, de renúncia e anistia fiscal. O perdão presidencial e os sigilos de 100 anos. A decisão judicial cumprida antes do fim do processo, em um caso específico. A possibilidade de me aposentar somente após 51 anos de trabalho.

Isso e muito mais tem me deixado indignado. Contra estes desmandos, ilegalidades, mortes, assassinatos, conluios, crimes e outros que tais, fui, juntamente com a maioria da população brasileira, às urnas para eleger Luiz Inácio LULA da Silva para presidir o Brasil de 2023 a 2026.

Em 2026 outras eleições ocorrerão, teremos novamente o momento do exercício democrático de manifestações, de aprovação ou renovação política no legislativo e executivo nacional e estadual. Espero que até lá as nossas listas de indignações estejam menores. Também espero e desejo, que até lá, nossas listas de amigos e familiares queridos estejam muito, muito maiores.

(*) Advogado Trabalhista, Mestre em Diversidade e Inclusão, Especialista em Direitos Humanos e Governança Global, ex-presidente da AGETRA.

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As opiniões emitidas nos artigos publicados no espaço de opinião expressam a posição de seu autor e não necessariamente representam o pensamento editorial do Sul21.


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