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18 de setembro de 2022
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17:46

Escritor e histórico militante Avelino Capitani morre na Capital

Por
Sul 21
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Avelino Capitani recebeu a Medalha Negrinho do Pastoreio durante o governo estadual de Olívio Dutra. Foto: Arquivo Pessoal
Avelino Capitani recebeu a Medalha Negrinho do Pastoreio durante o governo estadual de Olívio Dutra. Foto: Arquivo Pessoal

O escritor e militante Avelino Bioen Capitani morreu, neste sábado (17), em Porto Alegre. Ele enfrentava um câncer há alguns anos. Autor das obras A Rebelião dos Marinheiros – memórias da Revolução de 1964, uma autobiografia, Por que Chora Carol, Depois do Amanhecer e Sessenta e Quatro para Não esquecer, Capitani foi diretor do Departamento de Fiscalização da Secretaria Municipal de Indústria e Comércio (SMIC) na gestão do ex-prefeito Olívio Dutra (PT).

Nascido em 18 de agosto de 1940, no Alto Tamanduá, atual cidade de Progresso, Capitani teve uma longa trajetória na luta contra a ditadura civil-militar brasileira (1964-1985). 

Em 1959, fez concurso para a Escola de Aprendiz de Marinheiro, em Florianópolis, indo no ano seguinte para a Marinha, no Rio de Janeiro. Em 1962, filiou-se à Associação dos Marinheiros e Fuzileiros Navais do Brasil (AMFNB), recém-fundada. Ao acontecer o golpe de 1964, participou da chamada “Rebelião dos Marinheiros”. Foi preso e, no final, daquele ano, fugiu da prisão localizada no bairro carioca do Alto da Boa Vista e se exilou no Uruguai.

Ao final de 1965, viajou clandestinamente para Cuba, onde fez treinamento de guerrilha. Voltou então para o Brasil para participar da Guerrilha do Caparaó. Foi preso novamente em 1967, tendo fugido dois anos depois da Penitenciária Lemos de Brito, no Rio de Janeiro. Em 1970, exilou-se no Chile e ainda voltou a Cuba. Em 1974, regressou clandestinamente ao Brasil e, posteriormente, se tornou militante do MR8.

Em 1980, Capitani foi anistiado e passou a viver na capital gaúcha. Anistiado, continuou militando no Partido Comunista Brasileiro, em entidades de classe, sindicatos e associações. Em 1982, filiou-se ao PT.

Fez curso de Ciências Políticas na Alemanha Oriental e estudou geografia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Aposentou-se por problemas de saúde e, em 2003, teve sua anistia confirmada com todos os direitos. Nos últimos anos, atuava na ONG de Educação Cooperativa e em projetos sociais do  Coletivo Planta Sonhos. 

Avelino Capitani foi enterrado neste domingo (18), no Cemitério João XXXIII, em Porto Alegre.


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