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16 de agosto de 2022
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18:15

IBGE realiza nesta quarta (17) Dia de Mobilização do Censo Quilombola

Por
Sul 21
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Recenseadores do IBGE já estão nas ruas desde 1º de agosto. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Recenseadores do IBGE já estão nas ruas desde 1º de agosto. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O IBGE promove nesta quarta-feira (17) o Dia de Mobilização do Censo Quilombola. A ação pretende sensibilizar a população quilombola para responder ao censo que, pela primeira vez na história, terá a pergunta “você se considera quilombola?”, com a finalidade de produzir informações específicas sobre estas comunidades.

Haverá atividades em oito territórios quilombolas do país, incluindo o Quilombo dos Alpes, em Porto Alegre, onde a presidente da Associação Quilombo dos Alpes, Rosângela da Silva Ellias, vai receber o IBGE para marcar simbolicamente o início da coleta no território.

No dia 1º de agosto, o IBGE deu início à coleta domiciliar do Censo Demográfico 2022. No Rio Grande do Sul, a estimativa é de mais de 4 milhões de domicílios visitados por cerca de 11 mil recenseadores. Programado para ser realizado inicialmente em 2020, mas adiado devido à pandemia, e em 2021 por questões orçamentárias, o Censo 2022 marca 150 anos do primeiro recenseamento feito no país.

No Censo 2022, há dois tipos de questionário: o básico, com 26 quesitos, leva em torno de 5 minutos para ser respondido. Já o questionário ampliado, com 77 perguntas e respondido por cerca de 11% dos domicílios, leva cerca de 16 minutos. A seleção da amostra que irá responder o questionário ampliado é aleatória e feita automaticamente no Dispositivo Móvel de Coleta (DMC) do recenseador.

A inserção de perguntas específicas sobre as populações quilombola e indígena no censo deste ano deve ajudar a produzir políticas públicas que atendam as necessidades desses cidadãos.

Em setembro de 2020, primeiro ano da pandemia de covid-19, uma pesquisa elaborada por estudantes da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) e divulgada pela Frente Quilombola do Rio Grande do Sul (FQ/RS) indicou, por exemplo, as desigualdade de condições econômicas e sanitárias enfrentadas por famílias que vivem nos quilombos urbanos da Capital para manter o distanciamento social em comparação com outros moradores da cidade.

De acordo com a FQ/RS, 750 famílias viviam naquele momento nos oito quilombos urbanos de Porto Alegre: Silva (Três Figueiras), Alpes e Flores (Glória), Areal e Fidélix (Centro), Machado (Sarandi), Lemos (Morro Santana) e Família Ouro (Mapa/Lomba do Pinheiro). O estudo apontou que apenas 21,8% dos moradores dos territórios estavam conseguindo manter o isolamento durante a pandemia. Entre os motivos para saídas, 77% disseram que precisavam trabalhar fora. No mesmo levantamento, quase 80% disseram estar inscritos no Cadastro Único do governo federal.


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