Opinião
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28 de agosto de 2010
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06:00

Quebra de sigilo não foi política, político foi o trololó

Por
Sul 21
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Brizola Neto*

Esta mal contada história de violação do sigilo fiscal de alguns contribuintes, entre eles alguns tucanos de alta plumagem, parece se encaminhar para o que ela realmente é em termos políticos: nada.

A investigação da corregedoria da Receita Federal aponta para um esquema de compra e venda de informações, sem nenhum envolvimento do governo ou partidário, com pagamento de propinas pelo acesso à renda de alguns endinheirados.

Tudo indica que se trata de crime comum, e a Receita vai representar contra duas servidoras da delegacia de Mauá, na região metropolitana de São Paulo, por indícios de envolvimento no esquema de compra e venda de informações por alguém de fora da Receita, talvez interessado em fazer extorsão.

Com base nas investigações, o secretário e o corregedor-geral da Receita descartam qualquer motivação política na quebra de sigilos fiscais, que envolveu 140 pessoas, entre elas a apresentadora Ana Maria Braga e os donos das Casas Bahia.

Serra vai continuar explorando o assunto com o seu trololó habitual, fundamentando suas acusações de envolvimento da campanha de Dilma no episódio em fontes “idôneas”, como a Folha de S.Paulo, segundo afirmou hoje em discurso para empresários.

O curioso é que, quando Serra foi candidato em 2002 e surgiu a história de que Ricardo Sérgio de Oliveira,coletor de fundos para campanhas do PSDB e um dos que agora tiveram seu sigilo violado, teria  cobrado propina do empresário Benjamin Steinbruch, por ocasião da privatização da Vale do Rio Doce, Serra disse – olhem como é novo isso – “trololó e tititi” e disse que não se podia fazer acusações políticas, sem provas.

* Deputado Federal

Publicado originalmente Tijolaço.com


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