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20 de outubro de 2010
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18:39

Estádio da Copa: Odone e Píffero cordialmente discordam

Por
Sul 21
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Bruno Alencastro/Sul21
Os presidentes da dupla com José Cairoli, presidente da Federasul. Foto: Bruno Alencastro/Sul21

Milton Ribeiro

Um evento realizado hoje (20) na Federasul reuniu os presidentes de Grêmio e Internacional, a fim de discorrer sobre os efeitos econômicos da construção do novo estádio do Grêmio e das reformas do Beira-Rio, atual estádio da Copa de 2014. O gremista Paulo Odone e o colorado Vittorio Píffero coincidentemente afirmaram que cada uma das obras garantiria 3 mil empregos diretos durante as obras e 600 empregos após a conclusão. E mudaram de assunto.

O ambiente era cordial, mas havia clara rivalidade. Vittorio Píffero dizia que a FIFA tinha escolhido o Beira-Rio como o estádio da Copa, enquanto Paulo Odone colocava-se como Plano B, mas fazendo de questão de declarar que o Grêmio não quisera reformar o Olímpico para que o clube não ficasse com um remendão, clara alusão ao que o Inter tenta fazer.

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Vitorio Piffero, presidente do Sport Club Internacional | Foto: Bruno Alencastro/Sul21

O problema do Inter

O colorado decidiu-se por uma reforma com recursos próprios. Diz que não precisa de garantias bancárias em razão de que as assinaturas das partes nos orçamentos das obras têm valor de contrato e que esta seria a maior garantia possível para a execução das obras. Píffero diz que uma empresa externa, contratada por um banco para garantir a obra, encareceria demasiadamente a obra, pois os novos preços incluiriam o BDI (Benefícios e Despesas Indiretas), ou seja, os lucros das novas empresas envolvidas.

Mesmo assim, o clube reuniu-se segunda-feira (18) com o BNDES tentando obter as garantias solicitadas. Se as obtiver, o clube assumirá a obra.

E há mais um agravante: a FIFA requereu que o gramado seja rebaixado em alguns metros, obra que não está prevista pelo Inter. A alegação da FIFA é a de que, se o gramado não estivar mais baixo em relação à arquibancada, haverá pontos cegos para os torcedores que ocuparão as cadeiras mais inferiores. A resposta do clube à FIFA foi a construção de uma arquibancada provisória que simula a futura. Tal construção serviria aos representantes da FIFA como comprovação da ausência de pontos cegos. A visita dos fiscais da entidade ocorrerá no final do ano.

— Vamos provar que não é necessário rebaixar o campo — disse.

Enquanto isso, a cobertura do estádio segue a todo vapor, pois, segundo o presidente, a reforma não é apenas para a Copa e sim para a torcida colorada. O Inter pretende gastar R$ 150 milhões, porém, se atendidas as pretensões da FIFA, o valor iria a R$ 255 milhões.

Bruno Alencastro/Sul21
Paulo Odone, presidente eleito do Grêmio Foot Ball Porto Alegrense | Foto: Bruno Alencastro/Sul21

Estádio novo e garantido

Paulo Odone fez questão de repetir muitas vezes que a nova Arena Tricolor será entregue em dezembro de 2012 com 53 mil lugares, área comercial de 28 mil metros quadrados, hotel, shopping, centro de convenções acoplado e sublinhava o principal: atentendo a 100% das exigências da FIFA. Não obstante, Odone disse que não está competindo com o Inter, enquanto chamava o novo estádio de “Bombonera de luxo” e garantia fatos como a saída de todos os torcedores em seis minutos e uma distância do gramado à arquibancada que repetiria a panela de pressão do estádio argentino – todas exigências da entidade.

— Somos o Plano B. Se o Beira-Rio não for aprovado, estaremos prontos.

O tranquilo discurso de Odone apenas foi quebrado no momento das perguntas e respostas. Após garantir que apenas 35% das receitas da Arena serão da OAS por 20 anos, ouviu a afirmativa ser rebatida por um questionamento e fez a retificação: nos primeiros oito anos, 100% dos lucros obtidos com a Arena serão exclusivamente da OAS; nos 12 anos seguintes é que a OAS ficará com 35%.


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