Opinião
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23 de março de 2012
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01:00

Reuso da água garante a sustentabilidade e combate a escassez

Por
Sul 21
sul21@sul21.com.br

A passagem do Dia Mundial da Água sempre desperta, em cada um, o sentido de refletir sobre como preservar este bem natural, de vital importância para a humanidade. Seminários, congressos, simpósios, palestras e outros tantos espaços são destinados a apontar alternativas de cuidado, recuperação e preservação das reservas existentes. Hoje, várias iniciativas, se valem do reuso de águas servidas para garantia da sustentabilidade e combate à escassez da água.

Em Porto Alegre é possível levar a frente essa experiência, pois o Dmae conta com Estações de Tratamento de Esgoto sanitário, que por meio das lagoas de estabilização transformam dejetos em efluentes com elevado grau de segurança em relação a parâmetros microbiológicos.

Recordo, que no final de 2003, o Dmae firmou parceria, através de convênio, com a Emater/RS, para avaliar o reuso das águas oriundas de lagoa de estabilização e usadas para a irrigação de lavouras de arroz. O interesse da autarquia também tinha o intuito de analisar a qualidade dos efluentes tratados, no que diz respeito aos nutrientes e a produção de biomassa.

Para levar adiante a experiência foram usados os efluentes da Estação de Tratamento de Esgoto Belém Novo, pelo fato de que esta estrutura recebia esgotos tipicamente domésticos e dispunha da presença constante de operadores, além de laboratório básico para monitoramento operacional do sistema. Assim, no verão 2003/2004, o experimento foi realizado em uma lavoura de arroz, plantada na área da Estação.

O resultado apontou que a utilização do efluente na lavoura trouxe maior eficiência ao tratamento e, assim, foi possível devolver ao manancial uma água com melhor qualidade. Entre os parâmetros avaliados foi destacada a remoção de 94% das cianobactérias presentes nos efluentes da Estação.

O experimento que desenvolvemos resultou em um grande ganho ambiental e foi possível afirmar que o reuso de efluentes tratados de forma adequada é uma prática economicamente viável e ecologicamente correta.

Carlos Todeschini é engenheiro, ex-diretor-geral do Dmae e vereador de Porto Alegre


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