Opinião
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27 de julho de 2014
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08:40

Diplomacia brasileira: a habilidade de se colocar do lado escuro da força (por Adão Paiani)

Por
Sul 21
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Diplomacia brasileira: a habilidade de se colocar do lado escuro da força (por Adão Paiani)
Diplomacia brasileira: a habilidade de se colocar do lado escuro da força (por Adão Paiani)

Se o governo brasileiro estivesse preocupado em manter um mínimo de respeito e credibilidade no cenário diplomático internacional, deveria ser enfático na denúncia contra terroristas que, covardemente, atacam o Estado de Israel e seu povo, escondidos atrás de escudos humanos compostos por civis palestinos não combatentes, principalmente mulheres, idosos e crianças inocentes, e não apenas classificar como “desproporcional” a ação de legítima defesa do povo israelense.

Além de se manifestar sobre um conflito que não diz respeito ao Brasil, uma vez que aqui árabes e judeus sempre conviveram de forma pacífica, a chancelaria brasileira consegue se posicionar da forma errada, deixando claro que está ao lado não de um Estado democrático ameaçado de extermínio por terroristas sanguinários, mas destes últimos que, indignamente, sacrificam o próprio povo pelo qual dizem lutar, sem outro objetivo a não ser destruição e morte.

Ao contrário do que afirma a diplomacia brasileira – que tem se notabilizado por se aproximar de regimes tendentes ao autoritarismo, como da Bolívia e Venezuela; claramente ditatoriais como Cuba; notadamente corruptos, como de alguns países africanos dos quais o Brasil tem perdoado dívidas milionárias; ou abertamente terroristas, como o Irã – a reação de Israel é legítima, proporcional e amparada pelo Direito Internacional.

A nota do Itamaraty é carregada de uma vergonhosa cegueira política e ideológica, e, o que é pior, de indisfarçável antissemitismo, sem paralelo na diplomacia brasileira; além de não colaborar para o estabelecimento de uma paz justa para uma região onde vivem em conflito povos amigos dos brasileiros.

Mas tudo isso é apenas reflexo das posições ideológicas de um governo que, internamente, não cumpre o seu dever de proteger seus cidadãos contra a criminalidade e os desarma, impedindo-os de exercer o direito a legitima defesa, deixando-os à mercê dos criminosos; e ainda quer ter a pretensão de ensinar a Israel como defender o seu povo e garantir sua própria existência como Estado e como nação.

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Adão Paiani é advogado em Brasília/DF.

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